Acorda pra vida!


Eu costumo ser bem mente aberta. Talvez pela profissão que eu escolhi, talvez pela minha personalidade, talvez por eu não me achar no direito de julgar ninguém... O fato é que eu reajo numa boa a milhões de confissões e coisas loucas que as pessoas fazem e me contam. Eu acho legal querer curtir a juventude. Acho saudável até. E digo por experiência própria que não tem nada melhor do que uma reunião de amigos na casa de alguém, pra conversar, beber e comer alguma coisa. Mas algumas coisas, simplesmente não me descem. Para algumas pessoas eu sinto vontade de dizer "menina, acorda pra vida!". Em primeiro lugar, eu acho que a gente deve buscar o que nos faz feliz. Tem muita gente preocupado em agradar fulano, cicrano e o resto do mundo, na doce ilusão de que só assim terá paz e sossego. E ai começa minha indignação... Se você tem de 30 anos pra baixo, não tem que querer sossego. Tem que querer agito, diversão, alegria, festas, amigos. Sem esquecer, obviamente, do estudo, do trabalho. Na internet a gente vê quantas pessoas estudam muito (muitas vezes até não estudam quase nada) e de vez em quando resolvem desabafar que a vida não é tão boa quanto ela gostaria. Ou resolve se gabar por ler demais, ficar muito em casa e na internet e ficar pousando de inteligente cult nas redes sociais. Ótimo, leia muito! Eu apoio. Adoro ler. Mas não venha se gabar por não sair de casa e passar o dia na internet, por favor! Não venha se gabar por ter redações excelentes e ser bom em matemática. Não venha me dizer que sua maior diversão está em ler livros, que os livros te fazem viajar, conhecer lugares incríveis e pessoas incríveis. E não venha se achar melhor do que pessoas que saem todo final de semana com seus vários amigos. Porque, enquanto tudo que você tem a contar são histórias que você nunca viveu e provavelmente ninguém nunca viveu, já que a maioria dos seus livros são fictícios, as pessoas que você diminui, tem histórias reais pra contar, risadas reais, paqueras, lágrimas, aflições, ressaca... Tudo real. Tudo vivenciado. Tudo experimentado. Seus pais passaram a vida te dizendo o que é certo e errado e ainda assim, você fez muita coisa errada. Então não me venha dizer que os livros te ensinam a viver sua vida, porque... Que vida você está vivendo mesmo? E do mesmo jeito que você errava mesmo sabendo o que era certo, um livro não é garantia que você vá acertar se tentar. 

Não estou criticando quem gosta de ler, por favor, não confundam! Como disse anteriormente, eu adoro ler, adoro internet, adoro ficar de bobeira em casa. Só estou dizendo que é triste viver enfiado dentro de casa, na internet, lendo livros, fazendo amigos virtuais. Um amigo virtual não substitui um ao vivo. Também não estou dizendo que não se deve ter amigos virtuais. Eu tenho e digo até que confio mais neles do que nos que estão presentes em carne e osso. Mas uma tarde, uma madrugada na internet fofocando com seu amigo de outra cidade, que você nunca viu na vida, nem sempre é melhor do que uma madrugada com seus amigos em carne e osso, conversando, ouvindo suas risadas, suas histórias, suas vozes, observando suas manias, seus tiques, suas feições, seus jeitos... E não adianta tentar discordar, pessoalmente é bem melhor. Quem tem amigo virtual está sempre desejando e sonhando com o dia que vai conhecer aquela pessoa a quem tanto confia, mas que mora longe. Acho que tudo é bom se for moderado. Nada em excesso. Quem vive de festas, não estuda direito, não lê, só quer saber de socializar e fazer amigos (que sejamos sinceros, muitos falsos), eu sinto pena. Eu sinto vontade de dizer "ACORDA PRA VIDA!". É preciso dosar. Inteligência não se adquire apenas em livros. Tem gente que nem sabe ler e sabe mais da vida do que a gente, que estuda, que tem o que comer, que tem dinheiro pra ir ao cinema num domingo com a família. 

Se perder num livro é bom. Mas se achar na vida é melhor ainda. 


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